quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dia do Indio


A criação do dia do Índio ocorreu durante a realização do I Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940. Os índios foram convidados a participarem, mas acostumados com a perseguição e traição, recusaram. Dias depois, convencidos da importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer. A partir de então, esse dia foi dedicado a comemoração do Dia do Índio, 19 de abril.
No Brasil o dia do Índio foi criado no ano de 1910, pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) pelo Marechal Candido Mariano Rondon descendente de índio, que trabalhou durante anos para melhorar as condições de vida da população indígena brasileira que deu o inicio a pacificação dos índios e do reconhecimento do direito deles a posse da terra e de viver de acordo com seus próprios costumes.
No ano de 1967, foi extinto o SPI, devido inúmeras denuncias de irregularidades administrativas, após a saída do Marechal Rondon. No mesmo ano foi criado em seu lugar a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que procurou estabelecer uma política de respeito ás populações indígenas através de normas entre o índio e a nossa sociedade.
Os primeiros índios do Brasil viviam em regime de comunidade. Dos aproximadamente quatro milhões de índios que viviam no Brasil na época da chegada de Cabral, restam hoje mia ou menos 200 mil sobreviventes em condições precárias e sob ameaça de garimpeiros.
Aos 500 anos após o descobrimento do Brasil ainda desconhece a imensa diversidade de povos indígenas que vivem no Pais.
Estima-se que existem hoje 210 povos aproximadamente, 170 línguas e dialetos distribuídos em todo o território brasileiro. Os índios que hoje vivem no Pais não falam apenas o tupi-guarani, tronco lingüístico que abrange 30 nações indígenas.
Os povos indígenas mais conhecidos do Brasil são:
Aimoré – não tupi, (Bahia e Espírito Santo); Avá-Canoeiro-família tupi-guarani, (Goiás); Borrorun (chamados Coroados ou Porrudos, Boes, viviam a leste das margens do Rio Paraguai); Caeté (viviam na ilha de Itamaracá até as margens do rio São Francisco); Caiapós (sul do Para, eram os índios mais ricos do Brasil); Carijós (viviam no território de Cananéia SP, até a Lagoa dos Patos – RS); Goitacás (viviam na foz do rio Paraíba, eram os índios mais selvagens e cruéis do Brasil); Ianomâmi, além das tribos de Mato Grosso (Paute, Nambiquara, Baqueara, Biquara, Umotina B.Bugres, Parecis C.Novo); Tribo Guarani (Mato Grosso do Sul) e outras etc.
A história dos contatos dos índios de Mato Grosso com os brancos data da década de 40, com os irmãos, Orlando, Leonardo e Cláudio Villaboas, nas áreas do atual Parque Nacional do Xingu e do Vale do Araguaia. Os cerca de três mil índios abrangidos pela administração de Megaron, vive em 12 aldeias de quatro etnias e têm em comum o mesmo problema: a aproximação crescente com as cidades e o mundo dos brancos, com grandes perdas para a sua cultura tradicional. É uma coisa difícil de ser evitada. O único caminho capaz de reverter isso é a escola nas aldeias, onde os jovens aprendem a cultura e as tradições de seu povo, junto com as informações do mundo branco.
Megaron solta um grito de alerta meio abafado pela burocracia da FUNAI e da própria sociedade. Lamentavelmente, parecemos ter ignorado a tal ponto a importância das diferenças culturais, seja urbana, rural ou da floresta. Sempre que algum de nós busca inspiração e rumo em sua própria herança, nas conquistas de seus ancestrais, acaba atraindo sobre si emissão de juízos de valor.
Sabendo lidar com as duas vertentes da vida futura, a relação será boa e os índios não desaparecerão da história .

Nenhum comentário:

Postar um comentário